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Ultimamente

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É, por fora eu rio
Mas intimamente fudi minha mente
E ultimamente não tô nem dormindo

Que novidade!
A madrugada é onde eu me encontro ausente, de tão presente
E o pesadelo é a minha realidade
É raridade um sonho bom, um sono bom, profundo
Com tanta podridão rolando e dominando o mundo
E quem se faz de cego e surdo dorme até demais
Como se tantos absurdos fossem tão normais
Como é que faz pra ignorar tanta tragédia assim
E não sentir a dor do próximo que dói em mim?
Pra não perder a paz de espírito num mundo em guerra
Conectar com a natureza ouvindo a motosserra
E pra manter o equilíbrio quando a terra treme
Tudo explodindo lá na Ucrânia e aqui na esquina
Bala perdida foi tráfico ou foi da PM?
Nunca termina essa doença que não tem vacina
Eu fiz um post sorridente
Sorriso espontâneo
Era um sorriso convincente prum post instantâneo
Os que me seguem deram likes
Esse mimo momentâneo
Sem saber que eu tava a ponto de explodir meu crânio
Chorando como se inalasse gás lacrimogêneo
Lembrei de quando era criança ainda mais ingênuo
E acreditei que de uma lâmpada saía um gênio que realizava alguns
Desejos pra quem merecia
Eu pelo menos procurei ser justo e solidário
Mas quem eu levantei na vida só me fez de otário
Muito veneno, ingratidão, mentira, e eu só desejava coisas boas
Mas o gênio nunca aparecia, que ironia!
Hoje eu só quero oxigênio
E sei que se esse gênio um dia aparecesse ele desejaria
Voltar pra lâmpada
E dormir mais 400 anos longe dos desejos dos humanos em sua gritaria
Deixa comigo que tá tudo tranq
Não vejo luz no fim do túnel mas tá vindo um tanque
Deita comigo que tá muito punk
Fica comigo que sozinho acho que eu não consigo
Tá muito punk
Deixa comigo que tá tudo tranq
Não vejo luz no fim do túnel mas tá vindo um tanque
Deita comigo que tá muito punk
Fica comigo que sozinho acho que eu não consigo
Tá muito punk